No cerrado nascemos, no cerrado crescemos, no cerrado vivemos. Com seus galhos retorcidos e raízes longas a cidade se formou dentro deste habitat, repetindo-o em suas formas, se entrelaçando e crescendo em torno do curral e dentro do cerrado, que aos poucos deu lugar à cidade.
A Serra do Curral, um dos nossos patrimônios culturais, ainda guarda o cerrado antigo que se despe na estação da seca, resplandecendo no tempo das águas.
Fazenda antiga, fazenda moderna cujas raízes longas buscam a água que nos abastece em meio a gramíneas, arbustos e árvores esparsas. É o segundo maior bioma brasileiro, e mais ameaçado que a Amazônia, representando o ecossistema que mais sofre com a ocupação humana.
Apesar do reconhecimento da sua importância biológica é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção ambiental.
Patrimônio da cidade, o cerrado desenvolveu mecanismos de adaptação, brilhando sobre o sol, mas o seu destino está em suspenso.
No recorte da paisagem da cidade, seu equilíbrio é frágil e os seus tesouros escondidos e perdidos, precisam ser redescobertos, respeitados e recuperados.