Cerrado
Continuo mergulhada na energia que vem do Cerrado, fruto do gesto que nasce do meu corpo. É o corpo inteiro observando e guardando na memória. É a imaginação dando forma a histórias que quero contar. Cada gesto que se repete é outro, faz parte de um sonho diferente, embora o sonho seja o mesmo. São gestos errantes que mudam o caminho, retornam, prosseguem, girando em torno de si mesmos.
Torno o meu cerrado visível, através dos galhos, flores e sementes que coleto, seco e faço reviver. Materializo sonhos, expandindo as suas possibilidades. O contexto em que crio as minhas imagens é fragmentado pois desloco o cerrado guiada pela magia, imaginação e fantasia.
As coisas aparecem e acontecem, mas retratar o cerrado é maior do que a minha percepção é capaz de captar. Tudo existe e coexiste em constante mudança, vivo, pulsante, latejando energia. É uma crônica diária que absorve o extraordinário e imprevisível da natureza.

















