O trabalho com cor é transformador, refletindo as questões que me proponho.
Pratico o pensamento, formo e modifico, agrego coisas novas, organizo e atualizo significados, conciliando intenções e intuições, acordando o meu olhar.
A descoberta da cor me inundou por inteiro. Ataquei inicialmente o óleo com um furor surpreendente, mas me apaixonei mesmo pelo guache e o pastel oleoso, tentando arrancar do papel todos os meus guardados.
A secagem rápida, a diluição e a mistura das cores que o guache proporciona é fascinante. Tanto nos dá a massa de tinta, como uma aguada suave, mudando, crescendo, ganhando corpo, criando asas. Forma um labirinto de linhas, pontos, formas, estruturas e detalhes que se transformam em forças da linguagem do desenho e esse labirinto abrevia a fala, indo ao encontro das minhas expectativas. É um reino de possibilidades onde tudo pode acontecer.
O pastel oleoso permite a sobreposição, a massa de tinta que cresce e a conversa com o trabalho modificando todo o processo durante o fazer.
A busca, a mudança e a tensão explodindo a todo o momento para encontrar e partir para outro trabalho provável ou improvável, acaba levando a outro modo de ver e pensar, que amassa as ideias e os sentimentos, transformando tudo em um caldo grosso que cozinho mentalmente.
Tenho muitos projetos iniciados. Começo e paro para não perder a ideia. As ideias desaparecem quando não pulam para o papel onde ficam quietinhas esperando a vez que sempre chega. É só uma questão de tempo.






















